Embora o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenha falado em reunião recente com empresários sobre um risco de desabastecimento, a oferta nos supermercados está sob controle, segundo acompanhamento da Neogrid, especialista em cadeia de suprimentos. Até os produtos que tiveram picos de demanda, como o papel higiênico e o vinagre, estão em situação mais tranquila.
No início da pandemia, as vendas do papel higiênico dispararam, levando o índice conhecido como ruptura (que mede a falta de produtos das prateleiras) de seu patamar mais baixo, em torno dos 6,5% em fevereiro, para 14,5% em março, segundo Robson Munhoz, vice-presidente da Neogrid. Em maio, desceu para 12%.
No total dos produtos, a ruptura está hoje em 11,6%, com uma ligeira queda após atingir 12% em março. Fica acima dos níveis anteriores, em torno de 9% e 10% que vinha marcando até o começo da quarentena. Mas, de acordo com Munhoz, pode ser explicado por desfalques pontuais em algumas marcas. Segundo ele, as categorias estão abastecidas. "Você não vê faltar leite em supermercado, mas pode estar faltando uma marca de leite", diz o executivo.
Munhoz afirma que as medidas de restrição de circulação, como o megarrodízio e o feriado em São Paulo, podem ter contribuído para parte das quebras recentes na reposição de produtos, mas as mudanças na frequência de compra do varejo também podem ter sido responsáveis por rupturas pontuais em algumas redes de varejo.
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